NOITE

Noite triste sem murmúrios
Estrelas apagadas, palidez;

O passado foi passado
Sem um só choro de adeus.

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A PROCURA POR RETRATOS

Certamente vocês estarão pensando nessas cabecinhas ocas: “o que estará esta senhora avançada em anos procurando desde que acordou pela manhã?” E eu lhes respondo ao pé da letra (expressão antiga) : esta pobre senhora que não acordou pela manhã porque dormita tarde, está procurando, oh algozes da Internet, está procurando localizar retratinhos antigos mais ou menos modernos e todos os retratos dos quadros que pintou durante a sua tumultuada vida”. Vocês, naturalmente, dão uma risadinha de escárnio (pouco usado mas aceito) traduzirei porque certamente não têm um decente dicionário de Português: de ironia. Sanado o passado, prosseguirei: caminhei quilômetros e quilômetros destas coisinhas que chamam espaços em busca dos meus tesouros e, enfim, quando a coluna -das minhas costas – não aguentavam mais, compreendi que o Senhor não me havia doado talento suficiente para lidar com modernidades. Num ímpeto atirei-me ao leito e tirei um soninho, coitado, tão mal dormido que sonhei com o que? Meus queridos, que outro sonho me traria tanta angústia como o da procura de fotinhos tão bem guardadas nesta máquina avassaladora? Assim, meu despertar foi terrível pois como localizar algo retido dentro destas entranhas neuróticas?
Vocês vão vendo que a vida não é fácil e ainda mais quando se está mais pra lá do que pra cá.Ao que todos dizem: “o que é isso? É jovem ainda, deixa disso, não seja pessimista.” Afinal ainda existem pessoas boas no mundo e elas VÃO para o céu. Afirmo.
Esbaforida (ah, esta ainda não caiu da moda, gente!) voltei a procurar os malfadados retratos e encontrei-os todos. (Malfadados depois eu explico). Coisa de Papai do Céu! Só Ele, pensem bem, algum de vocês teria a bondade de sair de dentro desta coisinha sinistra e trazer meus retratos e colocá-los aqui? Du-vi-de-o-dó. E mesmo se o tentassem muito possivelmente os deixariam pelo espaço apavorados. Eu sei que vocês não têm medo de máquinas chatas, de gente chata, mas de mim? Eu os perdoo.
Só posso dizer que consegui reunir todos os retratos, postá-los na posição conveniente e…meu Deus, como é que se transferem estas coisinhas tão ingratas? Desesperada parti para o meu último argumento: apertar todos os botõezinhos mas… não deu.
Pois é, cheguei a divisar alguma coisa como C://Coments/Settings/Celina Bittencourt mas não consegui passá-los para a Internet como almejava (queria) portanto, amigos, aqui me vêm tão triste, deprimida, furibunda (triste também mas não soa muito bem) perambulando por este espaço a procura da saida…

Celina Bittencourt.

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COME BACK MY DEAR

Come back my dear, come back and tell me why
Flowers are so sad and birds cannot fly
Crossing the spaces as they used to do
After we lost our crazing love smile.

If time runs as quickly as I feel
And perhaps tomorrow I will not be here
To walk side by side along life
Come back before I have to accept and die.

Tell me again why flowers look so tired
And birds wait for their last free flying.

Celina Bittencourt.

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HOMENAJE A CELINA BITTENCOURT (via ANIHILIMALARIO)

HOMENAJE A CELINA  BITTENCOURT     Poemas de Celina Bittencourt.     Mi corazón pesado doliendo mi alma mi mente vacia mis sentidos muertos   mis sueños rotos mi pasado apagado Mi futuro huido, mi vida mis amores Escasa, todos ellos muertos y enterrados Todavía está aqui mi cuerpo aun mi cuerpo, donde no debia estar, Mi Cuerpo Persistente Ah, mi Dios, lleva este cuerpo a otro lugar. O déjalo ya que está vacio de amores, enterraló, Señor.   Celina Bittencourt. Traducción de Rhi … Read More

via ANIHILIMALARIO

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CONFUSÃO CONFUSA (via ESPAÇO DE CELINA)

Sempre que há a fusão de dois elementos as coisas vão se tornando confusas.  Na verdade, excluindo-se os cientistas ou quem quer que tenha se dado ao trabalho de investigar,  nosoutros ficamos olhando bestamente para o alto, como que procurando algo. Que não encontramos  por incapacidade própria. Sabemos muito bem que somos uns sórdidos ignorantes – e ainda bem que sabemos- pois isto é um mistério que ninguém teria a ousadia de nos atirar na cara … Read More

via ESPAÇO DE CELINA

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ANTES HOUVERA

 

Antes houvera te capturado

Na hora certa em que as lagoas dormem

Quietas

Paradas.

Por que forjei este silêncio árduo,

Uma distância tão cruel, adversa

Ao juvenil enlevo do teu sonho amado?

Jamais julgara a dor desta saudade

tão forte, ardente,

ávida, fremente

A me  forçar  e a me toldar a mente!

Oh triste vida, ilusões, esperas,

Regresso breve ao do que antes era

Farta, vencida, dolorido, insano

Sem ter aceito o teu afável amor.

 

Pois

Antes houvera te capturado

Na hora certa em que as lagoas dormem!

 

 

Celina Bittencourt.

 

 

 

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QUANTA TRISTEZA

 

QUANTA TRISTEZA NESTE DIA LINDO

E CLARO E DOCE NO TANGER DA BRISA

QUE AFOGA MÁGOAS E SUSCITA GRITOS

SUSPENSOS NA GARGANTA EM VAGO E VÃO DELÍRIO.

SABERÁS POR ACASO OS RUMO DOS MEUS PASSOS

QUE HÁ MUITO TEMPO DEVAGAR SE AFASTAM?

CONHECES, INFANTIL, O NOME QUE ME DAVAS

A CADA INSTANTE SUSCITANDO AGRADOS?

SUPONHAMOS QUE ONTEM ME CHAMAVAS LÍRIO

E QUE ENTRE FONTES NOS BANHAMOS NUS

TONTOS E TOLOS A TREMER DE FRIO

NO FRIO TOQUE DE UM VIVER COMUM.

LOGO DEPOIS JÁ ME CHAMAVAS NUVEM

COM O MESMO EMPENHO E PLÁCIDO SORRISO

PURO, BAILANDO NESSES LÁBIOS ÚMIDOS

MEIO INCONSCIENTES, QUASE SEMPRE FÚTEIS.

POIS VEJAS BEM QUE O DIA É LINDO E TRISTE

AFOGANDO ILUSÕES, INÉRCIA, DÚVIDAS

MANDANDO AO INFINITO ESTA SAUDADE

QUE ARRASTA O MEU VIVER SERVIL E INÚTIL.

                 CELINA BITTENCOURT.

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A INFALÍVEL PRESENÇA DAS ESTRELAS

A INFALÍVEL PRESENÇA DAS ESTRELAS

CONSTRANGE O OLHAR QUE A ELAS SE PROPÕE

A EXORCIZAR O RITMO DA VIDA

VERTENDO EM BEIJOS LÁBIOS EXAURIDOS

E EM PRESENÇA O MANANCIAL DO PEITO

QUE JÁ NÃO TEM POR ONDE MAIS VAGAR.

CONSTRANGE O CANTO QUE FLUÍA EM ÊXTASE,

CERTO E SEGURO DO ESPERAR FINITO

DE HORAS OUTRAS ONDE DEBRUÇAR

SEU ABSTRATO RUMO E SEU AFÁVEL INSTINTO

E JÁ NÃO BUSCA MAIS ONDE ANCORAR.

ESBARRA NA INVARIÁVEL TURBULÊNCIA

DE COISAS MAIS QUE PELO SEU CAMINHO

SE VÃO JUNTAR  À VISCERAL ESSÊNCIA

DAS ORQUÍDEAS, BEGÔNIAS E JASMINS

QUE FLORESCEM SEM TER NOÇÃO DO FIM.

ASSIM, POIS, OH TURBULENTA AURORA

APAGA ESTE VESTÍGIO DA PRESENÇA

CONFUSA E CONTURBADA DAS ESTRELAS

POIS ME CONSTRANGE O OLHAR QUE SEMPRE A VÊ-LAS

FOGE AO EMBALO FRÁGIL DA MEMÓRIA.

                   CELINA BITTENCOURT.

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DÁ-SE UM CORAÇÃO

Dá-se um coração já bem vivído

Antigo de vivência mas ativo

Em bom estado de conservação.

Dá-se um coração que ainda pulsa

Por quanto tempo não se sabe ao certo

Só se garante que não está deserto

nem livre de saudade e de ilusão.

Não há lance de oferta nem tem preço

Desde que indo parar em outro peito

Quem sabe encontre novas alegrias

Novos amores, novas sensações.

E em sendo esse peito bem mais novo

Sabores diferentes, estrepolia,

Por certo ainda há de palpitar

Com acelerado alcance no seu voo.

Dá-se um coração sem mais empenho

De conservá-lo no lugar de sempre

Pois não se quer força-lo a prosseguir ainda

Num caminhar marcado pelo tempo.

Mas posso assegurar é um coração falido

E machucado por perdas e danos

Mas continua como sempre amigo

Durante tantos, tantos, muitos anos.

Sofreu ofensas, golpes, aflições

Mas prosseguiu fiel no seu pulsar

Embora ainda não lhe chegue o amor

Pouco que eu ganho e não lhe basta mais.

Portanto cá estou propondo a oferta

Pois dá-se um coração já bem vivído

Carente de ilusões, em bom estado,

Pronto ao amor que alguém lhe possa dar.

              Celina Bittencourt.

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DOIS SORRISOS

Dois sorrisos permanecem intatos através da vida, através do tempo. Dois sorrisos que a mim deixam alarmada por não saber e quebrar o seu encanto.  As patas de leão mostram-se terríveis a quem por elas passa, e a cabeça, à moda egípcia,  interroga e explica. Explica que a ninguém ouse a idéia de desfazer aquela vigilância eterna; que ao senhor faraó cabe o domínio temporal de todas as paragens, e que a morte não definhou a idéia do seu poder que continua infindável estirpe após estirpe.  Um sorriso eterno, encabulado mas dominador, uma pose que os ventos regulares jamais destruirão e que aos homens nunca caberá desvendar o segredo guardado na expressão. E pois ali está montada a guarda singular do inigualável poder. De um poder infinito  enquanto dure – pois por bárbaras batalhas já passou, por guerras incríveis nas quais é a única que sobrevive. À Esfinge cabe a vigilância dos túmulos dos seus senhores – e os faraós dormiram o sono eterno na ilusão de um domínio também eterno. E a Esfinge sorri numa ameaça constante, tomadora de conta e sabedora de mistérios que ninguém ouse pensar ou revelar. E tudo isso expressa no seu sorriso enigmático: “decífra-me ou devoro-te”. Aos homens coube apenas a interpelação de um significado oculto. De um sorriso indecifrável.    Bem distante dali, em outras plagas, também alguém guarda o sorriso que vai  varando as épocas, as espécies, a maldade das guerras mas que a ninguém dá resposta. Um frágil quadro no Museu do Louvre, um quadro até de bem menores dimensões das que eu imaginava, exibe há séculos o mesmo sorriso enigmático, carismático, indecifrável e diria…provocante. Os olhos fixos fitam aos que os indaga. Ah! Gioconda, não tão linda mas simpática, eternizada no momento exato em que Leonardo mexia e remexia as cores que na sua palheta brotavam e a tornavam um mortal imortal durante tanto tempo. E todos querem desvendar o sorriso da Gioconda, clássico mas “dizendo”, “contando” algo tão doce ou tão amargo, tão encantador quanto inútil, um mistério que foge à interpretação de todos os homens, que embala os visitantes dos museus. Quem afinal seria a Gioconda? Emergem interpretações ousadas, falsas denúncias ou indizíveis  convicções  e por aqui desfila a humanidade esquentando suas cabeças, remexendo seus pudores, sugerindo fantasias. Ou não. Enquanto Leonardo da Vinci continua, tranquilo em seu sono, sonhando outros sonhos, com outros modelos, ah, mas quem diria, qual seria a sua verdadeira intenção? Jamais saberemos, amigos; segredos desse quilate ficam para sempre e deixam à cada um a interpretação que melhor lhe aprouver.  Portanto, deixemos a Esfinge com a eternidade do seu sorriso. Deixemos a “Gioconda” com a verdadeira intenção do seu sorriso.  Nós nos vamos mas elas ficam imorredouras e quase letais  num aviso certo de que nada sabemos e nós é quem somos passageiros num voo infinito e sem rumo.

                                 Celina Bittencourt.

Rio de Janeiro,09 de fevereiro de 2011.

 

                            

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